Em italiano vetro significa vidro, matéria que capta a luz, reflete o tempo e revela camadas de cor e memória.

Na coleção Vetro, passado e presente se encontram, criando peças que são carregadas de significado e história.

Mosaicos são um testemunho da capacidade humana de criar beleza a partir de fragmentos. Desde as antigas civilizações romana e bizantina, essa técnica artística tem sido usada para construir que inspiram e encantam, cada uma delas uma reflexão da imaginação e habilidade de seus criadores.

Durante suas viagens, Ana Damous, diretora criativa, encontrou os fragmentos que agora se transformam na essência desta coleção. Cada mosaico e cada gema foram escolhidos não apenas pela beleza, mas pela capacidade de contar uma história única, renovada e reinterpretada.

A influência de Veneza, com seus vitrais que transformam a luz em cores intensas e cambiantes, também guiou a escolha das gemas desta coleção. As pedras preciosas, selecionadas por sua transparência e luminosidade, evocam o mesmo efeito de luz filtrada dos mosaicos vítreos venezianos. Composições simétricas dialogam com a estética vitoriana, cuja presença sutil atravessa as formas da coleção.

A técnica da pietra dura, aplicada em duas das peças centrais, destaca-se pelo uso de pedras duras ajustadas para formar superfícies contínuas. O resultado é uma construção sólida, quase arquitetônica. Já a técnica Venturini, voltada à justaposição de texturas e materiais, tensiona essa estrutura com composições mais livres e táteis.

Nos aneis da coleção os micromosaicos deixam a superfície estática para se transformarem em obras tridimensionais, estabelecendo um novo campo para a sua permanência.

Cada design parte de uma referência. O modelo de dois aros faz referência às joias cerimoniais egípcias e bizantinas, que ligavam conceitos ou protegiam intenções. O anel em forma de medalhão remete à função-símbolo dos sinetes, selos e relicários sentimentais. O aro perfurado retoma os chamados vinaigrettes, usados para conter perfumes sólidos. E o modelo invertido desloca a pedra para a base e, com isso, reordena o olhar.